Treino da flexibilidade
Segundo Achour (2006), um atleta é capaz de melhorar a sua amplitude do músculo articular se realizar treino de flexibilidade, pois provoca uma diminuição das resistências dos tecidos musculares e conjuntivos.
Aliás, a amplitude de movimento de uma articulação ou conjunto de articulações pode aumentar com um programa de treino com exercícios planeados (Alter, 1999).
Para que os objetivos sejam alcançados, existem fatores cruciais que necessitam de ser trabalhados no programa de treino, tais como: a técnica usada, a frequência diária de sessões, o tempo de duração do exercício e o número de repetições (Alter, 1999, Astrand et al, 2006; Weineck, 2000)
O treino de flexibilidade tem como objetivo melhorar a amplitude do movimento articular, modificando assim a capacidade de extensão dos músculos que produzem movimento nessa articulação (Achour, 2006).
Os músculos são alongados através determinados exercícios, aumentando assim a amplitude de movimento em torno da articulação. Segundo Saco et al (2009), alguns estudos indicam que a diminuição da flexibilidade é considerada um fator de risco para patologias degenerativas, como a lombalgia. A flexibilidade pode contribuir na prevenção de lesões.
O treino contínuo de flexibilidade mantém as estruturas do tecido conectivo das cápsulas e dos músculos elásticos (McArdle et al, 1998).
As tarefas diárias vão conduzindo, gradualmente, a um crescente enrijecimento, devido à inatividade física e a uma reduzida amplitude de movimentos (Dantas, 2005; Weineck, 2003).
Alguns autores definiram conceitos similares, relatando diferentes tipos de flexibilidade.
Segundo Alter (1999), a Flexibilidade Estática Passiva, refere-se à amplitude em torno de uma articulação, sem ênfase de velocidade. Ou seja, por ser considerada como a maior amplitude de movimento que uma pessoa pode alcançar com a ajuda de forças externas, uma pessoa ou um aparelho (Araújo, 2005).
Para Alter (1999), a Flexibilidade Dinâmica Ativa pode ser entendida como movimentação balística ou calisténica, estando assim associada à realização de movimentos amplos e rápidos. De forma rápida, esta flexibilidade é expressada pela máxima amplitude de movimentos obtida pela musculatura (Dantas,2005). Aliás, Monteiro (2005), refere que esta Flexibilidade se caracteriza como a maior amplitude alcançável por meio da contracção muscular agonista.
Para Clark e Lucetti (2008), a Flexibilidade Funcional refere-se à habilidade para usar amplitude de movimento articular na realização de uma atividade, seja ela rápida, moderada ou lenta. Pode ser denominada também como flexibilidade integrada.
É a máxima amplitude de movimento articular alcançada por uma pessoa de forma voluntária. (Dantas, 2005).
Para Dantas (2005), a Flexibilidade Anatómica, quando na ausência de nenhum tecido entre as articulações, representa a amplitude máxima pelas características morfológicas das superfícies articulares.
Este autor também defende que a Flexibilidade Passiva, se usar uma força externa ao corpo (como peso do próprio corpo, sustentação dos membros ou alguns instrumentos), corresponde à habilidade de assumir posições e mantê-las.
Em suma, a Flexibilidade tem uma influência de ação de diversos segmentos biomecanicamente articulados (Dantas, 2005). O movimento é restringido, de forma mecânica pelos ossos, cápsula articular, ligamentos, tendões, músculos, gordura e pele.
Para Monteiro (2005), há uma participação maior de um ou outro nas limitações do movimento, consoante a localização da articulação e das características do tecido que a envolve.
BIBLIOGRAFIA
Almeida, T. T.; Jabur, N. M.; Mitos e verdades sobre flexibilidade: reflexões sobre o treinamento de flexibilidade na saúde dos seres humanos. Motricidade 3(1): 337-344
Amado, G. (20013). Dissertação de Mestrado em Treino desportivo na área científica de Ciências do Desporto, na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, sob a orientação de Prof. Doutor Luís Rama
Monteiro, W. D. Personal Training: Manual para Avaliação e Prescrição de Condicionamento Físico. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.
Dantas, Estélio H. M. Alongamento e Flexionamento. 5ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 2005.
Mendonça, Meg.Método de Alongamento RP2. 1ª ed. São Paulo: Phorte, 2005.