O poder das Sementes de Linhaça
De Maio a Setembro, o linho floresce produzindo flores azuladas cuja vida não dura mais do que um dia. No entanto, as suas sementes têm todo o poder para promover uma vida longa, ao terem capacidades de prevenir e reverter um vasto leque de patologias.
Estas sementes amarelas ou acastanhadas, de textura crocante, são usadas desde a antiguidade para fins medicinais ou para consumo humano, quer na sua forma original de semente, quer na forma de óleo de Linhaça. São cultivadas no hemisfério norte, em países como a Índia, os Estados Unidos da América e Etiópia, e a sua produção tem vindo a aumentar devido ao crescente número de estudos que apontam os seus benefícios.
Estas sementes do linho – conhecidas por sementes de linhaça – são uma fonte de ácido α-linolénico (o “ómega-3” vegetal), proteína, polifenóis, fibra, antioxidantes e têm ainda propriedades antifúngicas. A nível de vitaminas e minerais, são ricas de fósforo, magnésio, cálcio, ferro, ácido fólico e vitamina A.
Estudos científicos têm sido realizados e provado que o consumo de sementes de linhaça pode trazer benefícios na doença cardiovascular, na diabetes, no cancro e até na nossa saúde intestinal, melhorando problemas como a obstipação e prevenindo o cancro do cólon.
Por exemplo, em modelos animais, sabe-se que diminui a progressão da aterosclerose e reduz os níveis de colesterol e gorduras trans em circulação. Em indivíduos adultos, o consumo de 30g de sementes de linhaça por dia, durante 6 meses, reduziu a pressão arterial sistólica e diastólica, diminuindo, por isso, o risco de enfarte do miocárdio em 50%.
As sementes de linhaça parecem ainda reduzir os níveis de açúcar no sangue em indivíduos com diabetes tipo 2 e sabe-se também que o seu conteúdo em ácido α-linolénico potencia o bom funcionamento cerebral e a prevenção de sintomas depressivos. No que toca a doenças oncológicas, as sementes podem ter um papel importante na redução de mortalidade e eficácia do tratamento cancro da mama, assim como um efeito protetor no cancro da próstata, intestino e pulmão.
Quanto à saúde da mulher, também já se mostraram úteis na fase da menopausa por redução de sintomatologia, não sendo aconselhadas, no entanto, a mulheres grávidas e lactantes.
No entanto, importa referir que existem alguns compostos nas sementes de linhaça que podem ser tóxicos como, por exemplo, os glicosídeos cianogénicos. Felizmente, as doses habitualmente ingeridas estão muito longe dos valores necessários para provocar toxicidade no organismo – teriam de ser ingeridas mais do que 1kg de sementes por dia para surgirem efeitos. Além disso, sempre que a linhaça é cozinhada (por exemplo, se adicionada a massa para bolos ou pão), estes compostos são destruídos.
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Bibliografia
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Parikh M., Maddaford T.G., Austria J.A., Aliani M., Netticadan T., Pierce G.N. Dietary flaxseed as a strategy for improving human health. Nutrients. 2019;11:1171 doi: 10.3390/nu11051171.