Efeito do treino de força na densidade mineral óssea dos adolescentes
De acordo com alguns estudos (Barnekow‐Bergkvist et al., 2006), adultos que treinaram de forma regular, durante a adolescência, têm a densidade mineral óssea mais alta do que adultos mais inativos durante o mesmo período.
Esta observação fez-nos pesquisar mais sobre o tema e procurar desmistificar alguns mitos.
Diferentes estudos reportam impactos positivos do treino de força na adolescência na densidade mineral óssea até à vida adulta. De facto, aquele mito que há muito perdura, que o treino de força pode ter impacto negativo no desenvolvimento e saúde dos adolescentes, é esclarecido com estas pesquisas:
- Baxter-Jones et al. (2008), num estudo longitudinal que analisou a densidade mineral óssea de 154 participantes durante 15 anos, concluíram que os benefícios esqueléticos da atividade física durante a adolescência são mantidos pelo menos até à terceira década.
- Chevalley et al., 2011 e Ma & Jones, 2003, identificaram que crianças com baixa densidade mineral óssea estão mais predispostas a sofrer fraturas ósseas.
- Bellew & Gehrig, 2006, após compararem a densidade mineral óssea de raparigas adolescentes praticantes de futebol, halterofilismo e natação, observaram que os dois primeiros grupos tinham valores de densidade mineral óssea mais altos que os valores normativos da Organização Mundial de Saúde para mulheres adultas, embora apenas as futebolistas mostrassem diferenças significativas.
Durante muito tempo, o treino resistido não era prescrito a crianças e adolescentes porque associava-se alto risco de lesões com este tipo de atividades (Faigenbaum et al., 2009). Na realidade estudos observacionais provam que existe uma associação positiva entre os níveis de aptidão física e a densidade mineral óssea (Gracia-Marco et al., 2011; Tobias, Steer, Mattocks, Riddoch, & Ness, 2007). Em adição, a força muscular parece ter um papel protetor na integridade óssea, uma vez que, crianças com alta capacidade aeróbia mas baixa força muscular estão mais sujeitas a sofrer fraturas mais que os seus pares que treinam mais força (Clark, Tobias, Murray, & Boreham, 2011). Assim verificamos na literatura cientifica que os exercícios de impacto e de força muscular, parecem ser os mais indicados para que haja um aumento significativo da densidade mineral óssea, promovendo benefícios físicos que perduram até à idade adulta.
É importante reforçar que todo o programa de exercícios deve cumprir os princípios de treino, nomeadamente ao nível da especificidade de cada um. Neste sentido, procure um profissional de área do exercício físico e saúde, para que, em conjunto definam o plano de treino mais adequado a si.
Bons Treinos!