História do Vegetarianismo

Historia Vegetarianismo

A 1 de outubro comemora-se o Dia Mundial do Vegetarianismo. Para assinalar a data vamos falar sobre a história do vegetarianismo. A alimentação vegetariana começou no século VI A.C. pelos seguidores dos mistérios órficos. Este grupo religioso proibiu o sacrifício dos animais e o consumo de carne, assim como a recusa de ingerir qualquer alimento de origem animal (incluindo os ovos).

 

O filósofo grego Pitágoras é considerado o pai do vegetarianismo ético. O modo de vida pitagórico foi seguido por várias personalidades importantes como o Platão, Apolo, Porphyrios e Xenócrates, e influenciou a nutrição vegetariana até ao século XIX.

 

As primeiras culturas alimentares humanas eram baseadas em plantas. As principais religiões, como o hinduísmo e o budismo, recomendam um modo de vida vegetariano desde a sua conceção.

 

As mudanças na alimentação humana deixaram marcas nos nossos genomas ao longo do tempo, e as comparações entre o genoma humano e os dos nossos parentes próximos, relatou-se as diferenças genéticas e estruturais envolvidas no desenvolvimento de características especificas da linhagem humana.

 

Dados recentes apontam para uma possível hipótese de que as espécies ancestrais humanas, os Neanderthals, extintos há cerca de 30.000 anos poderiam ter uma alimentação à base de plantas. Foram realizados diversos estudos e análises, onde observou-se na arcada dentária de 5 indivíduos neandertais no norte de Espanha, El Sidreon, em que não havia traços da ingestão de carne, somente de plantas e tubérculos.

 

Os materiais vegetais representam cerca de 87% a 99% da dieta anual dos grandes símios, os parentes vivos mais próximos dos seres humanos modernos (Homo sapiens sapiens). Reflectindo a sua estreita relação genética, a forma intestinal e as necessidades nutricionais dos macacos e humanos (Hominoidea) são muito semelhantes, assim como o seu padrão de cinética digestiva.

 

No que toca à formação dentária, somos ainda mais parecidos com os herbívoros.

 

Um estudo com gorilas da planície ocidental a fim de compreender as necessidades nutricionais dos seres humanos, mostrou que estes animais consomem à volta de 200 variedades de plantas e 100 variedades de frutas. Sugere-se que os seres humanos evoluíram consumindo dieta vegetais, ricas em fibras e baixas em colesterol e gordura.

Anatomicamente, o trato digestivo dos grandes primatas e dos seres humanos é muito semelhante. Julga-se que uma compreensão das dietas destes animais, fornecerão insights da dieta consumida pelos nossos ancestrais, ao qual influenciou a evolução do genoma humano.

 

Na era renascentista, Leonardo da Vinci, praticava nutrição vegetariana. Este estava convencido de que “chegará o tempo em que condenaremos o consumo de animais, assim como hoje condenamos o consumo da nossa espécie, o consumo dos seres humanos”. Na Era do Iluminismo, várias personalidades também praticavam o vegetarianismo.

 

A primeira sociedade vegetariana foi fundada em 1847, em Inglaterra. A Sociedade Vegetariana Internacional foi fundada em 1908 e a primeira sociedade Vegana foi em 1944.

 

Os preconceitos anteriores de que o vegetarianismo leva à desnutrição (antes do século XXI), foram substituídos por evidencias científicas que mostram que a nutrição vegetariana reduz o risco da maioria das doenças contemporâneas.

 

Durante as décadas de 80 e 90, muitos estudos epidemiológicos nutricionais documentaram os benefícios de dietas vegetarianas e outras dietas á base de plantas. Em particular, a redução do risco de doenças crónicas e degenerativas (obesidade, diabetes, e certos tipos de cancro), e a mortalidade total, bem como o aumento da longevidade, foram atribuídos à maior quantidade e variedade de alimentos vegetais e aos seus vários componentes, bem como a ausência de carne.

 

Atualmente, a nutrição vegetariana tem um número crescente de seguidores internacionais e é cada vez mais aceite. Os principais motivos desta tendência são as preocupações com a saúde e questões éticas, ecológicas e sociais.

 

Na última década, mais e mais países começaram a incorporar considerações de sustentabilidade nas suas políticas alimentares e programas de educação do consumidor. Tais recomendações incluem, por exemplo: ter uma dieta baseada principalmente em vegetais, foco nos alimentos sazonais e locais, redução do desperdício alimentar, o consumo de peixe provenientes de reservas sustentáveis e redução da carne vermelha e processada, alimentos altamente processados e bebidas açucaradas.

 

As dietas sustentáveis são as que têm baixos impactos ambientais que contribuem para a segurança alimentar e nutricional e para uma vida saudável para as gerações presentes e futuras. As dietas sustentáveis são protetoras e respeitam a biodiversidade e os ecossistemas culturalmente aceitáveis, economicamente justos e acessíveis; nutricionalmente adequado, seguro e saudável; enquanto otimiza recursos naturais e humanos.

 

Segue ou pretende seguir um padrão alimentar vegetariano? Idealmente consulte sempre um Nutricionista para melhor o poder orientar, garantindo todo o equilíbrio nutricional.

 

Nutricionista Andreia Pais 3547N