O treino funcional e os seus benefícios
O termo “treino funcional” está na voga, mas qual será o seu significado no universo do exercício físico? Importa primeiramente esclarecer a definição do seu conceito: treino composto por exercícios que preparam o praticante e a sua estrutura músculo-esquelética para uma determinada função. Esta funcionalidade pode ser desenvolvida através de exercícios simples, como os monoarticulares ou mais complexos, envolvendo movimento em mais do que uma articulação e ou direção (planos descritivos). O treino funcional concentra-se no “objetivo” através de padrões de movimento, conjunto de movimentos exercitados para uma função eficiente. No entanto, e tal como citado por Ruivo (2019), exercícios executados em aparelhos de força, como o leg extension ou leg press, podem conduzir a uma melhoria da marcha e equilíbrio (Holviala, 2010). Assim sendo, o fundamentalismo não deverá ser o pensamento mais assertivo no que concerne a esta questão. Os seus objetivos O objetivo do treino funcional depende da idade do praticante, da sua condição física geral, como a sua saúde e objetivos atuais, portanto, este método pode beneficiar o desempenho de um atleta numa modalidade desportiva específica ou pronunciar-se no foco da melhoria dos movimentos realizados na vida diária, como levantar uma criança, saltar ou arrastar uma cadeira. Essencialmente, o treino funcional melhora o desempenho dos movimentos no quotidiano e a qualidade da sua vida. Quais os benefícios? Tendo em conta que grande parte dos movimentos são compostos, envolvendo várias partes do corpo, pretende-se assim procurar sinergia no movimento. Quando realizamos um exercício de prancha frontal com elevação alternada do braço contrário à perna, há envolvência do core (complexo lombo-pélvico e abdominal), dos braços e das pernas. Provocamos cooperação entre as diversas partes do corpo com o propósito de alinhamento postural, aprimorando a coordenação e a estabilidade. Este método requer a utilização do peso corporal para realizar as amplitudes necessárias. Assim, é preciso atribuir confiança ao equilíbrio, enquanto coordenamos o corpo através de movimentos. Pode observar-se em campo num jogador de futebol a necessidade de coordenação, agilidade e equilíbrio para controlar a bola, passar, correr enquanto contorna adversários e lida com superfícies irregulares. Outro exemplo, é para indivíduo de idade avançada beneficiar do equilíbrio e coordenação adequada para evitar quedas e possíveis lesões associadas. As lesões mais comuns em atletas são nos joelhos e nos tornozelos devido às sucessivas e repentinas mudanças de direção e o constante confronto com o stress articular. Desta forma, os exercícios funcionais poderão prevenir e reabilitar pessoas após as lesões, ajudando a manter as articulações ativas e estáveis. Se está habituado a um método de treino isolado e mais estático, a mudança para um treino mais composto trará uma sensação de conexão entre as diversas partes do corpo. Há que reconhecer o exercício, como um momento para desenvolver a qualidade do movimento a um ritmo que naturalmente flui. Referências bibliográficas Cook, G. (2010). Movement Functional Movement Systems: Screening, Assessment and Corrective Strategies. Santa Cruz, California: On Target Publications. Correia, & Pezarat, P., Espanha, M (2010). Aparelho locomotor. Anatomofisiologia dos sistemas nervoso, osteoarticular e muscular (volume 1). Cruz Quebrada: FMH edições. Ruivo, R. (2019). Manual de avaliação e prescrição de exercício (5ª edição). Editora Self. Lima, M. (2010). Usando o FMS com Equipes. Disponível em: http://limatreinamento.blogspot.com/2010/10/usando-o-fms-com-equipes.html. Acesso em: 7 abr. 2020. Williams, L (2019). Functional Movement Patterns in Fitness. Disponível em: https://www.verywellfit.com/functional-movement-patterns-to-master-4125152 Acesso em: 7 abr. 2020.