ALIMENTAÇÃO DURANTE A COMPETIÇÃO DOS MAIS PEQUENOS
A nutrição desempenha um papel vital na saúde e na performance desportiva. Alimentos saudáveis e nutricionalmente completos ajudam a crescer com mais saúde, melhoram as capacidades cognitivas e a sua apetência para os estudos. A função do nutricionista é fazer o seu atleta compreender a importância da nutrição para o seu desempenho e levá-lo a cumprir o aconselhamento alimentar, realizando uma avaliação regular. Os fatores mais importantes na fase de competição dos mais pequenos são as refeições pré e pós-treino e a hidratação, mas acima de tudo a educação alimentar. Sabia que estar adequadamente hidratado promove um maior rendimento no treino? Pois claro, é bem verdade. Incentive o consumo de água lá em casa e nunca se esqueça de colocar todos os dias na lancheira dos seus filhos 1 garrafa de água. Dado que as crianças têm elevado risco de desidratação vá estando atento uma vez que, quando isso acontecer, a probabilidade dele se lesionar ou se sentir cansado rapidamente é maior. Além da água pode ainda fornecer outros alimentos que ajudam no processo de hidratação: infusões, chás, sopa, fruta, hortícolas, leite e iogurtes. As refeições pré e pós-treino ou jogo vão depender dos horários destes. Em manhãs com carga competitiva mais intensa, a maior preocupação é fornecer ao atleta um pequeno-almoço equilibrado e completo, devendo este ser ingerido no mínimo 1h45 antes. Alimentos recomendados – Pão (centeio e mistura e não pão branco ou de forma), queijo (de preferência magro ou meio-gordo), fiambre (preferencialmente de aves), fruta, leite (meio-gordo) e iogurtes (exceto cremosos ou com pedaços). Alimentos a evitar – Cereais de pequeno-almoço açucarados, manteiga, cremes de chocolate, chocolate em pó, bolos, folhados, açúcar. Nesta refeição é fundamental a ausência de açúcar e a presença de proteína para aumentar os níveis de saciedade. A refeição pré-treino sendo refeição intermédia deve dar primazia ao iogurte/néctar, em vez do leite para evitar qualquer tipo de indisposição gástrica. Os alimentos mais açucarados como mel, compota, marmelada, leite achocolatado ou sumos de fruta serão boas opções para a refeição pós-treino, caso faça sentido realizar uma refeição intermédia nesse momento (quando não existir almoço ou jantar no período seguinte). Os lanches deverão cumprir as mesmas recomendações dadas para o pequeno-almoço. Com atividades durante a tarde, o almoço é uma refeição essencial para promover um alto rendimento dentro do campo. Para evitar mal-estar gástrico ou indisposições, esta refeição deverá ser efetuada cerca de 3 horas antes e convém obedecer a algumas características: Sopa Deve ter consistência creme, evitando alguns hortícolas e leguminosas mais fibrosos (feijão, brócolos, grão, couve…). Prato principal O principal componente deste prato deverão ser os hidratos de carbono complexos de baixo índice glicémico (arroz branco pouco cozido ou massas “al dente”). A quantidade de proteína deverá ser moderada e há que dar preferência às carnes de aves e ao peixe. Não deve ser muito condimentada e terá de haver uma atenção especial à quantidade de gordura utilizada na confeção, pois poderão interferir no normal funcionamento do processo digestivo. Sobremesa A prioridade deve ser sempre a fruta fresca e preferencialmente da época, mas poderá surgir também uma gelatina sem adição de açúcares. Caso o almoço/jantar seja pós-competitivo: a sopa poderá manter-se inalterável; a fonte de hidratos de carbono deverá ser de alto índice glicémico (batata assada, puré de batata, arroz malandro…); a sobremesa caso seja em dia excecional poderá incluir outras opções como arroz-doce ou leite creme. A refeição pré-treino tem como objetivos evitar a sensação de fome, fornecer a energia adequada ao músculo e retardar o aparecimento de fadiga enquanto a refeição pós-treino serve para repor as reservas gastas o mais eficaz e rapidamente possível. O processo de aconselhamento alimentar na consulta, como a correção de erros encontrados na história alimentar e a sua justificação, torna-se essencial no sentido de educar a criança a nível alimentar. Para além disso, deve-se ainda encorajar a descobrir novos alimentos, novos sabores bem como novas texturas. Não existem fórmulas ideias para todos os atletas, o mais acertado será melhorar o estado de saúde global e adaptar a alimentação da criança em questão e à modalidade. Serviço Nutrição Solinca