A Vitamina B12 e a dieta vegetariana
A dieta vegetariana, tal como o nome indica, é composta por um consumo predominante de produtos de origem vegetal. Estudos epidemiológicos classificam a dieta vegetariana em três tipos: ovolactovegetariana – dieta à base de ovos e lacticínios para além de produtos de origem vegetal; lactovegetariana – dieta à base de lacticínios e produtos de origem vegetal; e a dieta vegan, vegana ou vegetariana pura – dieta apenas à base de produtos de origem vegetal.
Na maioria das vezes, se a dieta vegana não for bem estruturada, apresenta menor valor proteico, e por vezes menor valor calórico. Contudo pressupõe-se uma quantidade menor de gordura saturada e de colesterol, e maior quantidade de fibras alimentares comparativamente a dietas não veganas. Em relação aos micronutrientes, os veganos apresentam um bom aporte de algumas vitaminas como a vitamina A, vitamina C, tiamina, riboflavina e vitamina E.
Todavia verifica-se défice de outras vitaminas, vitaminas essas encontradas em fontes alimentares de origem animal ou em alimentos fortificados como é o exemplo da vitamina D. A vitamina D normalmente tem um défice mais acentuado no inverno, uma vez que não há uma exposição solar suficiente e a ingestão de cálcio por parte do individuo está diretamente associada, pois ambos os micronutrientes participam no metabolismo ósseo. O risco associado a estes dois micronutrientes deve-se ao facto de os vegetarianos apresentarem uma diminuição da ingestão de alimentos ricos em cálcio.
A vitamina B12 é outra vitamina típica que pode estar em défice numa dieta vegetariana. É uma vitamina hidrossolúvel, sintetizada exclusivamente por microrganismos, encontrada em alimentos de origem animal como a carne, os ovos e os lacticínios. As algas também são fontes de B12, contudo não são metabolizadas pelos mamíferos, assim como as fermentadas, leveduras de cerveja, spirulina não devem de ser consideradas como fontes da vitamina B12.
A sua dose recomendada é de 2,4 mcg/dia, tendo a necessidade de absorção de 1 mcg/dia, contudo um nível seguro desta vitamina deverá estar sempre acima dos 350pg/ml.
A deficiência desta vitamina está relacionada com transtornos hematológicos, neurológicos e cardiovasculares, estando relacionada diretamente com híper-homocistainemia, um factor de risco cardiovascular. Esta deficiência também se pode manifestar como uma anemia megaloblástica, associada a fadiga, fraqueza, cansaço, alterações na pele e no cabelo. Estas manifestações clínicas por deficiência podem demorar a ocorrer devido as reservas hepáticas, contudo é de extrema importância a vigilância com testes bioquímicos.
Tendo em conta a importância desta vitamina numa dieta vegana e as suas consequências quando está em défice, ao optar por uma dieta vegena, ou eliminar alguns alimentos da sua alimentação diária, deverá previamente informar-se com um Nutricionista, assim como um médico, a fim de ser monitorizado, e se for necessário, suplementado devidamente para salvaguardar carências e desta forma a sua saúde.
Adriana Marçal
Nutricionista Solinca Light (2983N)