Atividade física para os idosos
A literatura mostra que a população idosa tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos (Dias & Mendes, 2013; Dias et al., 2014; Serra e Silva et al., 2014) e para isso, é necessário adotar uma série de cuidados, tais como, a prevenção de doenças crônicas, a manutenção da funcionalidade do corpo, a preservação da independência física no processo de envelhecimento, de modo a reduzir implicações substanciais para a saúde pessoal e pública.
O processo de envelhecimento está associado a alterações físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais, bem como no surgimento de doenças crónicas provocadas muitas vezes por hábitos de vida inadequados (tabagismo, alimentação não saudável, ausência de AF regular, ingestão de bebidas alcoólicas), que se reflete na redução das capacidades básicas diárias.
A AF regular tem um papel fundamental na prevenção das principais doenças crônicas comuns aos idosos, na prevenção do aparecimento de limitações funcionais, na melhoria da capacidade funcional em idosos com leve, moderada e graves limitações funcionais, e ainda na forma como ajuda a preservar a função física, mental, cognitiva e social (ACSM, 2014). A AF é também igualmente importante na gestão de alguns fatores de risco, como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo II, osteoporose, obesidade e ainda ajuda a reduzir o risco de quedas e consequentes lesões (American Geriatrics Society, British Geriatrics Society & American Academy of Orthopaedic Surgeons Panel on Falls Prevention, 2001; Kersaniemi, Danforth, Jesen, Kopelman, Lefebvre & Reeder, 2001; Keysor, 2003; Brandalize, Almeida et al, 2011).
Relativamente às componentes do exercício físico podemos destacar três essenciais: a força, a resistência e a flexibilidade. Ao nível da força sabemos que com o passar dos anos o nosso corpo se vai modificando, havendo portanto uma redução da massa magra, o que por sua vez, leva à redução da força muscular, alterando a performance do indivíduo. O treino de força realizado de forma contínua previne a perda de massa muscular, mantém ou aumenta a densidade mineral óssea, normaliza os níveis da pressão sanguínea, ajuda a manter a postura corporal mais adequada e por fim reduz o número de quedas.
À medida que envelhecemos o cansaço tende a aumentar, porém este cansaço não está propriamente relacionado com a idade, mas sim com o estilo de vida, daí optar pelo treino de resistência muscular. Os exercícios de resistência promovem uma série de benefícios, como o aumento da capacidade cardiovascular e respiratória, aumento do metabolismo basal, redução do colesterol e peso corporal e controlo da pressão arterial.
A flexibilidade é uma capacidade física que assume grande importância na nossa vida, visto que, é a responsável pela realização de movimentos diários. A perda de flexibilidade promove várias complicações negativas para a saúde, nomeadamente dores lombares, lesões articulares e musculares, sendo uma das principais razões para a perda de mobilidade. Por isso, o treino da flexibilidade é preponderante para o aumento da amplitude articular, a melhoria da execução de movimentos do dia-a-dia, a diminuição de problemas posturais e redução da sensação de dor.
Para além dos benefícios fisiológicos anteriormente enumerados, a AF promove também benefícios psicológicos e sociais fundamentais para o desenvolvimento positivo dos idosos.