Sabia que as flores também podem ser comestíveis? Descubra quais!
O uso de flores sobretudo para melhorar o valor estético dos pratos tem sido cada vez mais comum hoje em dia, até porque como diz o velho ditado “os olhos também comem”. Desde os diversos locais dedicados às refeições mais in – os brunch, até mesmo aos diversos restaurantes mais tradicionais, a aplicação de flores torna-se cada vez mais comum nos seus menus. Tanto podemos encontrar flores em pratos frios, como entradas, saladas, sobremesas, smoothie bowls, como em pratos quentes, panquecas, sopas e em bebidas como licores e infusões. Conseguem-se diferentes cores, texturas, aromas e nutrientes em função das flores escolhidas e um prato bem mais bonito!
A realidade é que o uso de flores comestíveis na culinária já vem de longa data em diversos países, sendo que a primeira informação sobre a sua utilização foi a 140 a.C. por gregos, romanos e chineses. Mais recentemente o seu uso tem vindo a crescer em países menos tradicionais nesta prática, como é o caso do nosso país, muito pela iniciativa de diversos chefs de cozinha.
Afinal que flores podemos consumir?
Em boa verdade já consumimos algumas flores regularmente sem termos essa noção, é o caso da couve-flor, dos brócolos e não tão regularmente, da alcachofra. Na prática estas 3 variedades são rebentos de flores.
Relativamente às flores no formato que facilmente identificamos, algumas das mais consumidas são o amor-perfeito, a rosa, o hibisco, o cravo chinês, o nastúrcio (capuchinha), a begónia, o malmequer e a margarida, em que por norma as pétalas são as partes mais usualmente consumidas. O pólen geralmente é removido, pois pode prejudicar o sabor da flor (amargo) e eventualmente provocar alergia. Apresentam diferentes sabores – desde suave (amor-perfeito), refrescante, herbáceo, floral, perfumado, ao mais picante (capuchinhas).
Que características nutricionais possuem?
De acordo com alguns estudos científicos, as flores são ricas do ponto de vista nutricional, com elevado efeito antioxidante, diversas vitaminas e minerais e compostos bioativos, além de apresentam baixo teor calórico. Contudo a composição nutricional varia um pouco em função da parte da planta:
– O polén é mais rico em proteína, hidratos de carbono, carotenoides e flavonoides.
– O néctar da flor é liquido, contém açúcares (frutose, glicose e sacarose), aminoácidos livres (principalmente prolina), proteínas, lípidos, sais minerais, ácidos orgânicos e também compostos fenólicos.
– As pétalas da flor podem também ser uma importante fonte dos compostos anteriormente mencionados, bem como de vitaminas, sobretudo C e A e de minerais, sendo os maioritários o potássio, fósforo, cálcio e magnésio. O amor-perfeito é a flor campeã no que respeita à vitamina C (256 mg vitamina C /100 g), o que impressiona quando comparamos por exemplo com a laranja (57 mg Vitamina C/ 100 g), mas não nos podemos esquecer que por norma consumimos flores em quantidades muito pequenas.
Quais os benefícios do seu consumo?
Vários efeitos têm vindo a ser descritos em estudos, como efeitos anti-inflamatórios, sendo benéfico para o sistema imunitário, efeitos diuréticos, hipotensores, e ainda na redução do colesterol LDL e triglicerídeos, diminuindo assim o risco de doenças cardiovasculares. Podem também ter um efeito digestivo e na regulação da glicemia, como é o caso da alcachofra.
Riscos?
De acordo com estudos mais recentes, dados apontam que a grande maioria das flores são comestíveis, desde que produzidas de forma correta. Atenção especial ao modo de produção, pois a forma como as plantas são produzidas para ornamentação não é a mesma das que se destinam ao consumo, estas últimas devem ter um modo de produção biológico, de forma a evitar riscos toxicológicos.
Portanto as flores podem fazer parte de uma alimentação saudável, fornecendo compostos com propriedades benéficas para a saúde, desde que saibamos o que estamos a consumir. Descubra várias receitas em que podemos usar flores comestíveis junto dos nossos Nutricionistas.
Serviço Nutrição Solinca Classic
Referências que ajudaram na construção deste artigo:
– Rop, O.; Mlcek, J.; Jurikova, T.; Neugebauerova, J.; Vabkova, J. Edible flowers: a new
promising source of mineral elements in human nutrition. 6672-6683, 2012.
– Felippe, G., Entre o Jardim e a Horta: As flores que vão para a mesa. 2° ed. São Paulo , 2004.
– Fernandes, L., Casal, S., Alberto, J., P., Saraiva, J., A., Ramalhosa., E., Acta Portuguesa de Nutrição. Acta Port Nutr nº.6 Porto set. 2016
– Koike, A., Antônio.L.A., Ferreira.I., Villavicencio, A., Flores comestíveis: Múltiplas utilizações do mais belo da natureza. Vida Rural. Outubro 2014.