A questão de usar repetições altas ou baixas para hipertrofia depende de vários fatores, incluindo o objetivo específico do treino, a capacidade individual do praticante e a preferência pessoal. Ambos os métodos têm os seus próprios benefícios e são frequentemente usados em programas de treino de hipertrofia. Repetições Baixas (1-6 repetições): Força máxima: Treinar com repetições mais baixas e cargas mais pesadas está associado ao desenvolvimento da força máxima. Schoenfeld et al. (2014) concluiu que os treinos de força com cargas mais pesadas (≤ 6RM) são mais eficazes na melhoria da força máxima. Estímulo para fibras musculares de contração rápida: As fibras musculares de contração rápida, que têm maior potencial de crescimento, são mais recrutadas com repetições baixas e cargas mais pesadas. (Wernbom, Augustsson & Thomeé, 2007). Menor fadiga muscular: Como menos repetições são realizadas, a fadiga muscular é menor, permitindo que o praticante consiga levantar cargas mais pesadas levando assim à tensão mecânica (mecanismo de hipertrofia). Repetições Altas (8-12 repetições ou mais): Stress metabólico: Repetições mais altas criam um stress metabólico maior nos músculos, o que pode contribuir para a hipertrofia muscular. Existem vários estudos que destacam o papel do stress metabólico na hipertrofia muscular (Schoenfeld, 2020; Vingren, 2010). Volume de treino: Repetições mais altas geralmente levam a um maior volume total de treino, o que pode ser benéfico para o crescimento muscular. Segundo Schoenfeld, Contreras, Vigotsky & Peterson (2016), constatou que o aumento do volume de treino está associado a maiores ganhos de massa muscular. Menor risco de lesão: Como as cargas são mais leves, há um menor risco de lesões. É importante notar que ambos os métodos podem ser eficazes para hipertrofia. Muitas vezes, é benéfico incluir na periodização de treino, uma variedade de rep ranges para promover o desenvolvimento muscular e evitar a estagnação do progresso. Além disso, fatores como intensidade, volume, frequência de treino e o período de descanso também desempenham papéis importantes na eficácia do treino de hipertrofia. Diogo Simões – Fitness Instructor (Solinca Loures) Schoenfeld, B. J. (2020). Science and development of muscle hypertrophy. Human Kinetics. Schoenfeld, B. J., Contreras, B., Vigotsky, A. D., & Peterson, M. (2016). Differential effects of heavy versus moderate loads on measures of strength and hypertrophy in resistance-trained men. Journal of sports science & medicine, 15(4), 715. Schoenfeld, B. J., Ratamess, N. A., Peterson, M. D., Contreras, B., Sonmez, G. T., & Alvar, B. A. (2014). Effects of different volume-equated resistance training loading strategies on muscular adaptations in well-trained men. The Journal of Strength & Conditioning Research, 28(10), 2909-2918. Vingren, J. L., Kraemer, W. J., Ratamess, N. A., Anderson, J. M., Volek, J. S., & Maresh, C. M. (2010). Testosterone physiology in resistance exercise and training. Sports medicine, 40(12), 1037-1053. Wernbom, M., Augustsson, J., & Thomeé, R. (2007). The influence of frequency, intensity, volume and mode of strength training on whole muscle cross-sectional area in humans. Sports medicine, 37, 225-264.