Neste pequeno artigo pretendemos salientar a importância do treino da mobilidade articular, com vista a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Sabia que treinar a mobilidade é tão importante quanto treinar a força, a resistência cardiovascular ou o equilíbrio? Mas afinal o que é a Mobilidade articular? E porque é tão importante trabalhá-la? Por ser um conceito muito amplo, o termo mobilidade articular poderá ser difícil de descrever. Mobilidade ou flexibilidade? Será tudo a mesma coisa? É aqui que as dúvidas começam! Não são a mesma coisa, mas são conceitos que estão intimamente relacionados. A mobilidade é a capacidade que uma articulação tem de, voluntariamente e de forma natural (sem a ação de forças externas) realizar um movimento de pequena e/ou grande amplitude. Ou seja, é uma capacidade da articulação. Por outro lado, a flexibilidade está mais relacionada com os tecidos moles, podendo definir-se como o grau de movimento que é possível atingir, através da ação de forças externas, ou seja, obtido de forma passiva. Uma vez que as articulações estão envoltas num conjunto de tecidos moles, como músculos e tendões, podemos assumir que o conceito mobilidade abarca vários outros conceitos, como é o caso da flexibilidade. Ter uma boa flexibilidade é favorável a uma maior amplitude de movimento e, portanto, uma melhor mobilidade articular. Contudo, não nos podemos esquecer que há outros fatores (que não vamos abordar neste artigo) que podem condicionar esta mobilidade, como a falta de força, lesões musculares ou algum problema ao nível da articulação em causa. E que benefícios nos traz a introdução do treino da mobilidade articular na agenda de treinos semanal? O treino, por si só, deve ser eclético, variado e completo, uma vez que as variáveis (força, resistência, equilíbrio, coordenação, mobilidade, etc) se complementam e conduzem a uma melhoria da performance e qualidade de vida. Mas falando dos benefícios do treino da mobilidade articular propriamente dito, podemos salientar: Prevenção de lesões. A articulação tem uma maior capacidade de se adaptar e de realizar os movimentos de forma mais segura e eficaz, diminuindo o risco de lesão. Aumento da eficiência do movimento. Se realizamos os movimentos de forma mais segura e eficaz, significa que a articulação funciona de forma mais otimizada, o que leva a um aumento da eficiência do movimento. Potenciar a performance. Uma vez que as estruturas em causa na realização de um determinado movimento trabalham de forma otimizada, não há compensação nem sobrecarga de outras estruturas, o que leva a uma melhor performance na realização do exercício em causa. Tendo em conta tudo o que foi descrito anteriormente, é fácil perceber que o treino da mobilidade articular é de extrema importância e não deverá ser negligenciado ou passado para segundo plano. Então como e quando fazer? No início, no meio ou no fim do treino? Podem ser incluídos em qualquer ocasião, dependendo do tipo de treino e/ou dos objetivos da pessoa. Podem ser incluídos no início, como aquecimento e introdução de alguns movimentos mais complexos que venham a ser feitos na parte fundamental do treino. Podem ser feitos no meio, como recuperação ativa entre séries ou exercícios. Podem ser feitos no fim, como retorno à calma e complemento ao treino que foi feito anteriormente. Em que aulas podemos treinar mais esta capacidade? Nas aulas onde o treino funcional assume maior relevância, como é o caso da aula de “Funcional”, ou então nas aulas de Yoga, Pilates, Body Balance ou Ginástica Global, onde este tipo de treino está em destaque. Contudo, é bom lembrar que, na sala de exercício estas capacidades também podem e devem ser treinadas, basta que para isso, estes exercícios sejam introduzidos no seu plano. Peça ajuda aos instrutores do seu clube para completar o seu plano de treino.