FODMAPs – um termo cada vez mais em voga ultimamente. Afinal o que são? Esta sigla designa “Fermentable Oligo-, Di-, Mono-saccharides And Polyols“. Agora em bom português significa alimentos ricos em “Oligossacaridos, Dissacaridos, Monossacaridos e Polióis Fermentáveis”. De forma geral são hidratos de carbono de cadeia curta que por não serem bem digeridos no intestino delgado passam para o intestino grosso onde, quando em contacto com a microbiota intestinal (bactérias), causam flatulência, dor e cólicas abdominais, distensão abdominal e alterações de motilidade intestinal. Todos estes factores influenciam o normal funcionamento do intestino culminando em obstipação ou diarreia. Alguns exemplos de alimentos ricos em FODMAPs são cereais e derivados à base de glúten como trigo, centeio e cevada, leguminosas como o feijão, grão, ervilhas e lentilhas, legumes como os espargos, cebola, couve-de-bruxelas e couve-flor e frutas como a maçã e a pera. O leite (devido à lactose) e adoçantes como xilitol e malitol também estão aqui incluídos. Após esta informação pensamos, então quais são os alimentos baixos em FODMAPs? São exemplos cereais sem glúten como arroz integral e quinoa, cenoura, pepino, frutas como as uvas, laranjas, mirtilos, frango, ovos e peixe. Inicialmente as dietas baixas em FODMAPs – “Low FODMAP Diets” surgiram na Austrália como estratégia terapêutica para a melhoria dos sintomas (dor ou desconforto abdominal recorrente associada a alterações dos hábitos intestinais) do Síndrome do Intestino Irritável (SII). O principal objectivo desta estratégia alimentar é substituir os alimentos ricos em FODMAPs por alimentos com baixo teor de FODMAPs dentro do mesmo grupo alimentar (ex. substituir a maçã pelo kiwi). Neste sentido a terapêutica passa por fazer estas alterações alimentares ao longo de 6 semanas consecutivas de forma a melhorar os sintomas inflamatórios do intestino. Após esse tempo, os alimentos ricos e FODMAPs são lenta e gradualmente reintroduzidos na alimentação, sempre com acompanhamento de um médico ou nutricionista. É nesta fase que se inicia a maior personalização da dieta alimentar, isto porque o funcionamento do intestino é variável de pessoa para pessoa e de alimento para alimento. De acordo com esta maior ou menor sensibilidade se determina o nível de tolerância dos alimentos que estão a ser novamente introduzidos. Actualmente, uma dieta baixa em FODMAPs é também uma estratégia alimentar para melhorar sintomas em pessoas que, embora não tenham diagnóstico de SII, descrevam sentir desconforto. Na fase inicial, em que há eliminação de todos estes alimentos, as restrições alimentares são bastante profundas o que dificulta a adesão à terapêutica, sendo fundamental haver por parte do paciente muito autocontrolo e disciplina, tal como no seguimento de qualquer dieta. Importa ressalvar que a individualidade de cada um deve ser estudada e vista de forma holística, e é também por isso que esta não é uma dieta infalível, uma vez que as questões gastrointestinais são influenciadas por vários factores como o stress, o tabagismo, a qualidade do sono, o sedentarismo/exercício físico e a medicação. Se sofre de alguma destas sintomatologias gastrointestinais e não sabe de que forma deve adaptar a sua alimentação, lembre-se do seu Nutricionista num clube Solinca.