Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (INFARMED), os suplementos alimentares são considerados géneros alimentícios, apesar de conterem algumas especificidades, como o facto de se apresentarem de forma doseada. Constituem fontes concentradas de nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico, estremes ou combinadas. Destinam-se a complementar e/ou suplementar o regime alimentar normal, não devendo ser utilizados como substitutos de uma dieta variada. Os suplementos alimentares devem apresentar um efeito benéfico, mas não são medicamentos. Como tal, não podem mencionar propriedades profiláticas, de tratamento ou cura de doenças ou seus sintomas. A rotulagem, apresentação e publicidade também não podem fazer referência a essas propriedades. Hoje em dia existe uma panóplia bem alargada de suplementos para perda de peso. Antes de mais é importante percebermos que para perder peso é necessário que o consumo calórico total seja inferior ao gasto calórico total. Esta norma, assenta numa alimentação saudável, equilibrada e variada adaptada às necessidades energéticas e nutricionais de cada pessoa. Posto isto, não existem milagres. Precisamos de reter uma mensagem, mesmo os suplementos alimentares com evidencia cientifica, por si só não fazem milagres e mesmo os suplementos que apresentam resultados positivos produzem uma resposta pequena. Teoricamente, a família dos estimulantes ajuda à perda de peso ao aumentar o metabolismo basal e consequentemente o gasto energético, ou por auxiliar na diminuição do apetite. No nosso mercado existem uma série de compostos que podemos encaixar neste grupo e tão bem conhecidos, desde a cafeína, o extrato de chá verde, ácido linoleico conjugado (CLA), L-carnitina, entre muitos outros. Dentro destes grupos temos resultados científicos muito diversos. A cafeína e o extrato de chá verde são aqueles que partilham o pódio, estes mostraram alguns efeitos na perda de peso. Estudos mostraram que para essa perda de peso estamos a falar de valor de extrato de chá verde muito superior a uma chávena de chá, cerca de 500-700 mg/dia. Será mais fácil a ingestão desta quantidade através de um suplemento alimentar, e se este ainda possuir cafeína, potencia o efeito. Além disso, o chá verde contém componentes antioxidantes como a catequina, aliada do emagrecimento. Consegue assim modular o organismo que esteja mais inflamado, por exemplo. E sabemos que indivíduos com sobrepeso ou obesidade apresentam esse estado inflamatório. Os antioxidantes atuam nesta área e desta forma podem contribuir para o emagrecimento. A cafeína permite aumentar a termogénese corporal e assim, por sua vez, o gasto calórico total, ou seja, aqueles três cafés diários (sem a adição de açúcar) podem ajudar a estimular o nosso metabolismo basal. Na prática dos nossos dias, vemos frequentemente, a compilação destes dois nutrientes em suplementos alimentares como pré-treino ou termogénicos. Estes suplementos vêm permitir aumentar a nossa sensação de atenção e energia, melhorando o nosso rendimento no treino ou as atividades gerais do dia a dia. Ainda neste grupo de produtos, temos os tão conhecidos CLA e a L-Carnitina. Na teoria, estudos em animais mostram resultados positivos no efeito do CLA, em humanos este resultado na perda de massa gorda tem sido pequeno. No caso da L-Carnitina os resultados também ainda são basicamente inexistentes. Contudo na experiencia prática, estes suplementos têm contribuído como um importante fator motivacional e uma maior facilidade de adesão ao plano alimentar, logo desta forma melhores resultados na perda de peso. Ainda neste grupo de suplementos, é importante falar, da melhor amiga e com mais evidencia cientifica, dos praticantes de exercício físico regular, a whey. A massa muscular é importante no processo de perda de peso, quanto maior o nosso volume muscular maior será a nossa taxa de metabolismo basal e consequentemente maior será o gasto calórico diário. Estudos tem vindo a comprovar que a whey ajuda na construção muscular, potenciando assim de uma forma indireta o aumento do nosso metabolismo basal que ajudará também na perda de gordura. Outro fator que torna a whey ainda um grande aliado, é a sua taxa de termogénese. A termogénese é a energia gasta por um alimento para o seu processo digestivo. A proteína é o macronutriente que requer mais energia para o seu metabolismo, assim o consumo de whey pode aumentar o gasto calórico por apresentar um maior efeito térmico. Ainda sobre a proteína, esta ajuda a reduzir o apetite e auxiliar no controlo da ingestão de calorias. Consumir whey em horários oportunos, como pós treino ou nos lanches intermédios, pode ajudar a controlar o apetite ao logo do dia. Sendo esta estratégia boa para evitar consumir mais calorias do que as necessárias. Entenda-se que quando se fala de manipulados farmacêuticos, já saímos do grupo de suplementos alimentares. Neste caso ao adicionar laxantes e diuréticos, é normal que o peso possa vir a descer. Contudo, é preciso ter em atenção as questões de saúde ou alterações que estes compostos podem vir a trazer, pois o peso pode descer à custa da perda de água maioritariamente. Em suma, se sentir mais segurança ao utilizar um suplemento procure o seu nutricionista para este lhe dizer o mais adequado a si, e lembre-se que este terá que ser um acréscimo à sua alimentação, os resultados não serão consequências do suplemento, mas de todo o conjunto de fatores como a alimentação e o exercício. Nutricionista Catarina Serpa 3435N