O Acidente Vascular Cerebral (AVC) denomina-se por “uma perturbação da função cerebral relacionada com a obstrução ou a hemorragia de uma artéria que irriga as áreas dos hemisférios cerebrais ou tronco cerebral” (Marques, 2017, citado por Ferreira, 2014 p.15). Tendo em conta as informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC é a principal causa de morte no que à população portuguesa diz respeito. Quando não mata, este deixa inúmeras sequelas graves e que muitas das vezes acompanha o doente para o resto da vida “para além das consequências motoras e cognitivas, que são consequências diretas da lesão, há alterações psicológicas a nível emocional (ansiedade e depressão).” (Lima & Cardoso, 2014 , p.2). Com isto, verifica-se a necessidade de tentar minimizar as sequelas provocadas pelo AVC, através do treino e da reabilitação. Diversos autores debruçam-se sobre as melhores estratégias para se conseguir realizar uma recuperação do AVC da forma mais eficiente, tal como o uso das elípticas na recuperação do AVC estudada por Rosa, Gomes e Soares (2010). Os mesmos referem que grande parte dos indivíduos que sofrem um AVC vêm reduzidas a sua capacidade aeróbica e a capacidade de gerar força. O treino na elíptica é uma nova modalidade de exercício aeróbico, pois ajuda na melhoria da velocidade da marcha, mobilidade funcional e equilíbrio. Segundo Rosa, Gomes e Soares (2010), “melhorar a capacidade aeróbica pode ser fundamental para a prevenção de complicações secundárias” (p.237). Verifica-se que o treino de equilíbrio é uma estratégia favorável no pós AVC, pois os doentes tendem a perder o equilíbrio devido à redução da estabilidade postural. Essa perda traz como consequências dificuldades na marcha e na realização de tarefas do quotidiano (Freitas, 2015). Torna-se, assim, importante explorar treinos de equilíbrio que visam a integração “da visão, do sistema vestibular e sistema nervoso periférico, dos comandos centrais e das respostas neuromusculares e, (…) da força muscular e do tempo de reação” (Freitas, 2015, p.3). Contudo, é necessário a existência de um programa de treino eficiente e adaptado para as pessoas que estão no processo de recuperação de um Acidente Vascular Cerebral “o exercício físico tem grande função sobre a qualidade de vida dos indivíduos que tiveram AVC, através do seu efeito benéfico, onde pode influenciar na manutenção e na melhoria da capacidade funcional destes paciente.” (Lima & Cardoso, 2014, p.2). Neste sentido, recomendamos que siga sempre as indicações da sua equipa médica, e quando recomendado integre a prática de exercício físico no seu processo de recuperação. Procure profissionais qualificados de forma a promover uma recuperação segura através da prática de exercício físico. Mais movimento, é mais saúde! Referências Bibliográficas: Cancela D. (2008). O Acidente Vascular Cerebral – Classificação, Principais Consequências e Reabilitação. Porto: Universidade Lusiada do Porto Piassaroli C. A. P. , Almeida G. C. , Luvizotto J.C. & Suzan A. B. M. (2010). Modelos de Reabilitação Fisioterápica em Pacientes Adultos com Sequelas de AVC Isquêmico. Carvalhido T. & Ponte M. (2009). Reabilitação Domiciliaria em Pessoas que Sofreram um Acidente Vascular Cerebral. Ferreira M. P. F. (2014). Doente com AVC: Ganhos na Qualidade de Vida Após Intervenção do Enfermeiro de Reabilitação. Freitas A. I. L. Y. (2015). Efeito do Treino de Equilíbrio em Pacientes Pós AVC: Uma Revisão de Literatura (Dissertação de Mestrado). Souza W. C. , Conforto A. B. & André C. (2007). Terapia de Restrição e Indução do Movimento em Pacientes Pós-AVC. Lourenço C. B. (2009). O Efeito do Treinamento no Ambiente Virtual e no Ambiente Físico sobre a Motivação e o Desempenho Motor de Pacientes com Déficts em Membro Superior Após AVC (Dissertação de Mestrado). Rosa E. K. , Gomes S. , Woellner S.S. & Soares A.V. (2010). Treinamento Elíptico em Hemiparéticos Crônicos Pós-AVC. Antão P. S. M. (2018). Exercício Físico Após AVC. Lima A. P. & Cardoso F. B. (2014). O Efeito de um Programa de Exercícios Físicos sobre a Capacidade Funcional da Marcha Hemiparética de Individuos com Acidente Vascular Cerebral Andreia Oliveira