Impacto do exercício físico no estado de humor
Segundo Kilpatrick (2008) os praticantes experientes parecem saber como estruturar as suas rotinas de exercício físico para produzir estados de humor positivos. Estes indivíduos provavelmente descobriram como criar sessões de treino positivas por tentativa e erro de acordo com os seus gostos e experiências passadas e porque receberam bons conselhos de um profissional de exercício físico. Para ajudar os outros praticantes uma adesão continuada à prática a orientação para a frequência, intensidade, duração e tipo de exercício é especialmente importante. Embora haja poucas pesquisas que tenham abordado diretamente a questão da frequência ideal para melhorar o estado de humor, existe um consenso de que, uma frequência moderada de duas a três vezes por semana é apropriada para desenvolver uma condição física que permita ao praticante aumentar a intensidade do treino. Esta adaptação crescente dá a possibilidade ao novo praticante de aprender a técnica de uma forma adequada e harmoniosa. As frequências mais elevadas para novos praticantes não são necessárias, pois as pesquisas demonstram poucos benefícios relacionados com o humor nos primeiros dias de treino. Há melhorias no humor resultantes de atividades de baixa intensidade, como por exemplo caminhada e treino de resistência muscular. Essas descobertas apoiam e ampliam o conhecimento base, de que o exercício não precisa de ser intenso para fornecer benefícios. Além disso, as pesquisas determinaram que há mudanças no humor à medida que a intensidade do exercício aumenta até ao limiar anaeróbio. Curiosamente, os estados de humor medidos após a conclusão do exercício são sempre positivos, independentemente da intensidade. Essas evidências foram observadas repetidamente e sugerem que os exercícios vigorosos podem ser menos desejáveis do que os exercícios de menor intensidade, pois os estados negativos de humor durante o exercício sobrepõem-se aos estados de humor positivos após o exercício. As recomendações típicas de exercícios sugerem uma duração mínima de 20 a 30 minutos para obter benefícios de saúde. Esta duração é muito produtiva na regulação dos estados de humor e geralmente não há risco de lesões por uso excessivo. Pesquisa recente, no entanto, concluiu que durações mais curtas ou mais tempo também pode resultar em mudanças positivas de humor. Mais especificamente, durações tão pequenas quanto 10 minutos podem aumentar sensações de calma e relaxamento. Esta descoberta fornece motivos adicionais para que, caso seja sedentário, possa iniciar as suas rotinas de treino com uma duração mais curta e eficaz. Parece claro que a variedade relacionada com o tipo de treino pode impactar positivamente nos estados de humor e que nenhuma modalidade é superior à outra, neste aspeto. Caminhada, corrida, ciclismo, natação, treino de resistência muscular e muitos outros modos tradicionais de fazer exercício podem melhorar o estado de humor e fornecem grandes benefícios. O treino de resistência muscular de alta intensidade aumenta a tensão muscular, o que leva a uma perceção de preocupação e ansiedade. No entanto, é provável que determinados praticantes beneficiem deste tipo de treino quando falamos da dimensão autoestima e a imagem do corpo. A imagem pode neutralizar quaisquer diminuições potenciais de humor. No entanto, escolher treino de resistência muscular menos intensa e programas do tipo circuito podem minimizar as possibilidades de resultados menos desejáveis relacionados com o humor, especialmente para praticantes iniciantes. Kilpatrick M. EXERCISE, MOOD, AND PSYCHOLOGICAL WELL-BEING, ACSM’s HEALTH & FITNESS JOURNAL VOL. 12/ NO. 5, 2008